terça-feira, 8 de outubro de 2013

Texto produzido coletivamente pelo 9º ano E – 2013

O Barulho do Silêncio

(Foco narrativo : 1ª pessoa / Tempo : 2007 / Espaço: Num cemitério )

   Uau! Consegui acordar! Que noite horrível! Quase não dormi... Ontem, dia 07/07! Que memória a minha! O ano? 2007!!! Ai que arrepio! Fui ao cemitério, com meus amigos. Enterro de um figurão da cidade. Foi um acidente de moto! Morreu no local. Havia muita gente e não percebi as faces das pessoas. É claro, era um dia triste. O silêncio reinava dentro dos corações. Sem perceber, ficamos até o final. Algo nos atraia para aquele lugar sombrio e aterrador! Olhamos juntos e fomos direcionados, feito zumbis, para um jazigo negro...
  De repente, um forte vento soprou e nos jogou para dentro! Um horror! Olhei dos lados até me acostumar com a falta da luz. Estava sozinho! Era um silêncio mortal. Nem meus pensamentos eu conseguia ouvir! O medo me aterrorizou! E agora? Gritei, gritei, mas minha voz ficou mergulhada em silêncio profundo. Lá fora, somente o barulho do silêncio... Comecei me lembrar dos acontecimentos daquele dia, que ainda não terminou. Por que meus amigos desapareceram? Deve haver uma razão. Na penumbra daquele lugar, minha consciência começou me condenar. O que tinha feito naqueles dias para me levar desesperadamente para aquilo? Será que foi porque havia maltratado alguns colegas? Não me considero assim tão ruim, porém confesso que fiz algumas idiotices, das quais não me orgulho. Aquele apelido horroroso deve estar me perseguindo, como vai acompanhar o meu colega para sempre! Quantos murros eu desferi nas faces dos fracos da minha curta vida... Hoje mesmo, tive vontade de jogar o meu amigo para dentro do caixão do figurão! Só me contive porque fui atraído para cá!
  Meus olhos começaram a ver alguma coisa naquela escuridão. Havia vários caixões colocados em gavetas. Observei os nomes e seus epitáfios: “Devia ter amado mais e até chorado mais, ter visto o sol nascer...”;“Deixei o mundo quando ele me virou as costas”; “Passei meus dias e noites, tentando valorizar meu próximo, mas não consegui...” A tristeza tomou conta de mim. Observei um caixão que chamou a minha atenção por algum motivo. Li: “Minha curta juventude me afastou dos meus amigos, pois não tive tempo de pedir perdão...” Droga! Eu conhecia aquele pensamento! Sempre tive medo de morrer jovem. De não ter tempo de concluir o que comecei. Porém, depois de tantos anos, aqui estou eu...
   Em todos os enterros que faço, fico arrependido das coisas que fiz em minha juventude. Talvez seja esse o motivo de ser um coveiro! Deixei o meu caixão pronto em seu lugar, juntamente ao meu epitáfio, pois sei que não terá ninguém para me enterrar...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Texto produzido coletivamente pelo 9º ano C - 2013

Uma Noite no Museu da Tortura

(Foco narrativo : 1ª pessoa/Espaço: Museu/Tempo:Uma sexta-feira)


   Era uma sexta-feira. Uma noite fria e sombria. A lua, clara. O céu sem estrela alguma. O vento soprava intensamente as folhas das árvores. Senti-me estranho! Resolvi sair para uma caminhada. Já era tarde da noite. Mesmo sem rumo, parei em frente a um prédio antigo e assustador. Era um museu abandonado, localizado no centro comercial. Será que estou sonhando? Lembrei-me da maldição! Ah aquela maldição! Tentei ler o nome do museu. Museu da … Não consegui. Por mais que tentasse, não conseguia. A minha curiosidade me traiu. Entrei. Então, na recepção, as letras foram surgindo num luminoso: Museu da Tortura! Uau! Era isso! Fiquei aí parado, meio que atordoado. Estático! De repente, as janelas começaram a abrir e fechar, assim como a porta atrás de mim. Senti algo escorrendo de minha nuca. Um líquido quente... Passei a mão... Que horror! Era sangue!
   Aquele ardor por onde o sangue escorria me assustou!Quase chorei de pavor!Minhas pernas fraquejaram! Porém a minha curiosidade me tomou.
Corri pelo corredor a procura de um espelho. Precisava saber de onde vinha o sangue!O que estava acontecendo comigo? O espelho estava lá! Sem imagem alguma... Como assim? O sangue não fazia mais sentido!Cadê o meu reflexo, meu Deus? Levei as mãos para a minha boca para abafar um grito de terror, mas o que senti foram as presas! Presas de vampiro? Que horror! Desmaiei!
   Acordei amarrado num lugar úmido e assustador. Quis pedir socorro, mas minha voz se calou e me lembrei do espelho, das presas. Notei que elas ainda estavam lá! Socorro! Meu esforço era inútil! Gritei aos quatro cantos do mundo, mas nada. Não tinha outro caminho. Precisava pensar. Um vampiro? Jamais imaginei isso em minha vida! Nem gosto muito de carne! Imagine de sangue! Mas, pelo que conhecia sobre os vampiros, eu seria bem forte e jamais conseguiriam me amarrar desse jeito! E, pensando bem, um vampiro que desmaia?
   Uma voz soava em minha mente: “A maldição de Drácula aqui no museu da tortura... Seus ancestrais eram torturados até a morte e além dela, vivendo uma vida-após-vida sem sentido...” Nããããão! Ouvi um barulho que se aproximava...Pi...pi...pi...
   _ Jeremy, acorde!

  _ Só mais um minuto, mãe! Tive um pesadelo! Graças a Deus, era um simples e inofensivo pesadelo! Que bom! Hora de ir para a Escola! 

Texto produzido, coletivamente, pelo 9º ano B – 2013

Buscando a Vitória


(Foco narrativo: 1ª pessoa/Tempo : Há alguns anos/Espaço : Hospital)

   Foi um dia muito lindo. Fazia um silêncio incrível naquele lugar. Será que um hospital pode ser assim? Pode ser inesquecível? Eu estava me sentindo feliz, muito feliz. Chegou a minha hora! Fiquei imaginando que ser uma bailarina seria fantástico! Meus movimentos me surpreendem, mesmo aqui onde me encontro. Será que foi uma vitória em minha vida?
   Dentro do ventre, eu conseguia fazer vários movimentos, mas percebi que minha mãe sentia muitas dores, pois eu precisava me libertar. Precisava dançar! Lembro-me do frio, das luzes, das cores! A dor no peito quando me expressei aos gritos... O melhor foi quando me puseram nos braços de minha mãe! O olhar dela me acalmou! Acompanhei seus passos pelos palcos até que sua barriga não mais a permitiu dançar! Ela sempre foi a minha razão de nascer. Naquele momento era a hora do nosso show! E, juntas recebemos os aplausos.
   Porém, havia algo de errado! Não sentia minhas pernas! Socorro! Preciso delas! Por que não as sinto? Deve ser porque ainda não sabia andar, é claro! Vários anos se passaram e não me lembro o que aconteceu, logo depois do meu nascimento, mas o que importa é que estou aqui agora. Tanto tempo pelos ensaios de Ballet! Agora, posso realizar o meu sonho! Estou pronta!
   Hoje, nesta minha primeira apresentação, estou controlando minha emoção, meu nervosismo. Mas, há algo que me ajuda muito: minha mãe, com lágrimas nos olhos, na primeira fila. O orgulho estampado em seu olhar. Ela ainda está buscando a vitória... Na verdade, ela já me achou, quando me registrou com este nome maravilhoso! Vitória. 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Seminário Descentralizado

Atividade desenvolvida em sala de aula :

Texto produzido coletivamente pelo 9ºano D - 2013

Título: A Primavera Chegou
Foco Narrativo: 1ª pessoa
Espaço: Jardim
Tempo: Ano passado
Gênero: Conto

A Primavera Chegou

Lembro-me como se fosse ontem. No ano passado... A promessa da Primavera. O sol batendo em meu rosto, acompanhado da leve brisa. Cheiro de lavanda no ar. Observava a beleza do jardim quando olhei para o chão e lá estava: um mapa! Parecia um mapa de tesouro, só que diferente em alguns sentidos. Será que eu estava num filme? Era culpa dessa estação do ano, que sabe trazer em si, toda a magia de nossos pensamentos. Além das rosas, lá estava algo que me chamou a atenção totalmente! Até as árvores compartilhavam a minha surpresa.
Caminhei lentamente até o local, enfrentando meus medos. Constatei que era realidade. A busca ao tesouro havia iniciado... Parecia uma cápsula do tempo. Instruções claras para se achar um tesouro milenar. Meu amigo me ajudou muito nessa aventura. Tínhamos que descer as escadas, que levavam ao porão. Um lugar meio sombrio e abandonado por todos. Entramos. Liguei minha lanterna. Mesmo assim, o lugar parecia assustador. Havia uma entrada, um tipo de portal, para um lugar, que ninguém havia visto antes. Tentamos ficar calmos, pois a aventura estava apenas começando. Era uma cidade perdida, habitada por vários animais extintos. Parecia outros tempos. Nossos olhares se cruzaram. Observamos as atividades e atitudes de todos. Olhei para o mapa, tudo havia sumido. Também me senti perdida. Ainda bem que não estava sozinha. Percebemos que a harmonia reinava no lugar, como algo comum aos habitantes.
Era um lugar lindo, sem problemas de trânsito ou poluição. Todos os animais se davam muito bem uns com os outros. Águas cristalinas... O som era divino! Os cantares dos pássaros, o farfalhar das folhas e o passar das águas. Eu queria ficar por lá, mas não consegui. Pensei no que havia deixado para trás, além do jardim. Decidi voltar e passar novamente pelo portal, porém o meu amigo poderia ficar. Senti nele um olhar de despedida, afinal foi lá que ele encontrou outras panteras, como ele. Adeus, amigo!
Olhei para aquele mundo, pela última vez e subi as escadas, de volta para a minha realidade. Triste por ter me despedido de alguém tão caro para mim, comecei a meditar em tudo o que aconteceu... E o tesouro? Até me esqueci dele! Pensei de novo! Nesse momento, a primavera me acordou com o vento a tocar a minha pele! É claro! O tesouro era tudo aquilo! A Natureza na mais completa harmonia! Será que posso voltar a encontrar aquele lugar? E por quê não? Afinal, a primavera chegou... 

Seminário Descentralizado ...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Crônica e outros...

Olá, pessoal. Aqui estão as atividades desenvolvidas também em sala de aula.    

   Crônica e outros ...
Originalmente a crônica limitava-se a relatos verídicos e nobres, pois tratava-se da compilação de fatos históricos, apresentados segundo a ordem de sucessão no tempo, como o dia-a-dia da corte, as histórias, os reis, seus atos, etc.. Atualmente também abrange o noticiário social e mundano. Conforme a esfera social que retrata, recebe o nome de crônica literária, policial, esportiva, política, jornalística, etc.
Quanto ao estilo, geralmente é um texto curto, breve, simples, de interlocução direta com o leitor, com marcas bem típicas da oralidade. Quando predominantemente narrativa, possui trama, quase sempre pouco definida, sem conflitos densos, personagens de pouca densidade psicológica, o que a diferencia do conto. Os motivos, na maior parte, extraem do cotidiano imediato. Além do tipo narrativo, também pode ser do tipo argumentativo ou expositivo, como textos de opinião sobre temas diversos de diversas áreas.
Há um meio certo de começar a crônica: por uma trivialidade do cotidiano. Dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Fazer algumas observações acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela; mandam-se um suspiro a Petrópolis, etc. Pronto, está começada a crônica.
 “A crônica é algo para ser lido enquanto se toma o café da manhã, pois ela busca o pitoresco ou o irrisório no cotidiano de cada um. É o fato miúdo: a notícia em que ninguém prestou atenção, o acontecimento insignificante, a cena corriqueira. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nessa perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança, num incidente doméstico, torno-me simples espectador”.
Fernando Sabino. Trecho presente em COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica: 2008.
A crônica é um texto narrativo que:
§  É, em geral, curto;
§  Trata de problemas do cotidiano; assuntos comuns, do dia a dia;
§  Traz as pessoas comuns como personagens, sem nome ou com nomes genéricos.
§  As personagens não têm aprofundamento psicológico; são apresentadas em traços rápidos;
§  É organizado em torno de um único núcleo, um único problema;
§  Tem como objetivo envolver, emocionar o leitor.
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Ironia -  consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa



O povo

“Não posso deixar de concordar com tudo que dizem do povo. È uma decisão impopular, eu sei, mas o que fazer? É a hora da verdade. O povo que me perdoe, mas ele merece tudo que se tem dito dele. E muito mais.
As opiniões recentemente emitidas sobre o povo até foram tolerantes. Disseram, por exemplo, que o povo se comporta mal em gerais. Disseram que o povo é corrupto. Por um natural escrúpulo não quiseram ir mais longe. Pois eu não tenho escrúpulo.
O povo se comporta mal em toda parte, não apenas no futebol. O povo tem péssimas maneiras. O povo se veste mal. Não raro, cheira mal também. O povo faz xixi e cocô na escala industrial. Se não houvesse povo, não teríamos o problema ecológico. O povo não sabe comer. O povo tem um gosto deplorável. O povo é insensível. O povo é vulgar.
A chamada explosão demográfica é culpa exclusivamente do povo. O povo se reproduz numa proporção verdadeiramente suicida. O povo é promíscuo e sem-vergonha. A superpopulação nos grandes centros se deve ao povo. As lamentáveis favelas que tanto prejudicam nossa paisagem urbana foram inventadas pelo povo, que as mantêm contra os preceitos da higiene e da estética.
Responda sem meias-palavras: haveria os problemas de trânsito se não fosse pelo povo? O povo é um estorvo.
É notória a incapacidade política do povo. O povo não sabe votar. Quando vota, invariavelmente vota em candidatos populares que justamente por agradarem o povo, não podem ser boa coisa.
O povo é pouco saudável. Há sabidamente, 95 por cento mais cáries dentárias entre o povo. O índice de morte por má nutrição entre o povo é assustador. O povo não se cuida. Estão sempre sendo atrelados. Isto quando não se matam entre si. O banditismo campeia entre o povo. O povo é ladrão. O povo é viciado. O povo é doido. O povo é imprevisível. O povo é um perigo
O povo não tem a mínima cultura. Muitos nem sabem ler ou escrever! O povo não viaja não se interessa por boa música ou literatura, não vai a museus. O povo não gosta de trabalho criativo, prefere empregos ignóbeis e aviltantes. Isto quando trabalha, pois há os que preferem o ócio contemplativo, embaixo de pontes. Se não fosse o povo nossa economia funcionaria como máquina. Todo mundo seria mais feliz sem o povo. O povo é deprimente. O povo deveria ser eliminado”.
Luis Fernando Veríssimo

Responder:
1. Na organização do texto, pode-se perceber que há uma oposição básica: povo versus elite. Quais são as ideias que se opõem em relação a esses dois polos, respectivamente?
2. Identifique no texto trechos em que culpam o povo:
a. pelos problemas de trânsito.
b. pela explosão demográfica.
c. pelas eleições mal sucedidas
3. Frases convencionais, cristalizadas, tais como “o povo não sabe votar” que passam a ser tomadas como “verdades” são responsáveis pela manutenção da ideologia dominante.
Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.
4. O autor usa em seu texto, a estratégia do dizer – ironia - que consiste em dizer uma coisa para que se entenda outra. Portanto, quando o autor critica o povo, na verdade, quem ele está criticando?
5. A estratégia usada pelo autor possibilita que se estabeleça um jogo de imagens: o interlocutor pensa que ele é alguém que na verdade ele não é. Explique essa afirmação.
6. Esse jogo de imagens criado pelo autor estabelece no texto a ironia. Comente.
7. Retire uma passagem do texto que comprove dizer que na verdade, o fator econômico determina os hábitos do povo.
8. De acordo com a ideologia da classe dominante, o homem do povo é uma vítima do sistema, ou um ser “inferior de nascença”?



Charge
Charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar, por meio de uma caricatura, algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Muito utilizadas em críticas políticas no Brasil. Apesar de ser confundido com cartoon (ou cartum), que é uma palavra de origem inglesa, é considerado como algo totalmente diferente, pois ao contrário da charge, que sempre é uma crítica contundente, o cartoon retrata situações mais corriqueiras do dia-a-dia da sociedade. Mais do que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social onde o artista expressa graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas através do humor e da sátira. Para entender uma charge não precisa ser necessariamente uma pessoa culta, basta estar por dentro do que acontece ao seu redor. A charge tem um alcance maior do que um editorial, por exemplo, por isso a charge, como desenho crítico, é temida pelos poderosos. Não é à toa que quando se estabelece censura em algum país, a charge é o primeiro alvo dos censores.



            Nesta charge, fica evidente a crítica acerca da irrelevância que questões sérias assumem diante do clima da Copa do Mundo. Todas as atenções estão voltadas para motivos da Copa. Já a fome, a pobreza e a miséria são questões colocadas à margem dos interesses dos brasileiros. Isso revela total descaso com a camada desprivilegiada social, cultural e economicamente. Tal crítica é revelada pelos quadrinhos quando o pintor, na parede, pinta a bandeira do Brasil. Não se importando ou não fazendo questão de observar o mendigo pedindo esmola, o pintor acaba pintando o miserável como se este fosse a continuação da parede: nada naquele momento seria mais importante que torcer e idolatrar a seleção brasileira de futebol.    
            Seguindo o exemplo de cima, escreva sobre a charge abaixo:



Responda:
a)      Para que servem as charges?
b)      Onde encontramos esse gênero textual?
c)      Quais as características desse texto?
d)     Quais os fatos retratados em cada uma delas?
e)      Que conhecimentos você utilizou para responder a questão d?   


Artigo de opinião   
O artigo de opinião, como o próprio nome já diz, é um texto em que o autor expõe seu posicionamento diante de algum tema atual e de interesse de muitos. É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o escritor além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e admissíveis. Logo, as ideias defendidas no artigo de opinião são de total responsabilidade do autor, e, por este motivo, o mesmo deve ter cuidado com a veracidade dos elementos apresentados, além de assinar o texto no final. Contudo, em vestibulares, a assinatura é desnecessária, uma vez que pode identificar a autoria e desclassificar o candidato. É muito comum artigos de opinião em jornais e revistas. Portanto, se você quiser aprofundar mais seus conhecimentos a respeito desse tipo de produção textual, é só procurá-lo nestes tipos de canais informativos. A leitura é breve e simples, pois são textos pequenos e a linguagem não é intelectualizada, uma vez que a intenção é atingir todo tipo de leitor. Uma característica muito peculiar deste tipo de gênero textual é a persuasão, que consiste na tentativa do emissor de convencer o destinatário, neste caso, o leitor, a adotar a opinião apresentada. Por este motivo, é comum presenciarmos descrições detalhadas, apelo emotivo, acusações, humor satírico, ironia e fontes de informações precisas. Como dito anteriormente, a linguagem é objetiva e aparecem repletas de sinais de exclamação e interrogação, os quais incitam à posição de reflexão favorável ao enfoque do autor. Outros aspectos persuasivos são as orações no imperativo (seja, compre, ajude, favoreça, exija, etc.) e a utilização de conjunções que agem como elementos articuladores (e, mas, contudo, porém, entretanto, uma vez que, de forma que, etc.) e dão maior clareza às ideias. Geralmente, é escrito em primeira pessoa, já que trata-se de um texto com marcas pessoais e, portanto, com indícios claros de subjetividade, porém, pode surgir em terceira pessoa.   

Vamos praticar?

Pense num assunto sobre o qual você poderia emitir a sua opinião. Produza um Artigo, seguindo as características acima. 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Canção do Professor Exilado



Canção do Professor Exilado
             “Minha terra tem palmeiras
              Onde canta o sabiá ...”
                        Gonçalves Dias

          Minha escola tem escadas,
          Por onde sobem/descem os alunos.
          Os seres, que aqui fora aprendem,
          Não aprendem como lá.

     Minha escola tem colegas,
     Seguindo passos paralelos.
     Os sonhos de outros professores,
     Não se realizam como lá.

          Minha escola tem trabalhadores,
          Críticos literários do futuro.
          As tarefas de tantas outras,
          Desaparecem no pátio de lá.

     Devo chorar para sempre,
     A mesma atrapalhada canção,
     Para suplantar o barulho,
     Que me invade o coração.

          Da minha escola tenho mais a falar:
          Cores e sons, canto e rebeldia.
          É melhor fechar a boca,
         Antes que proíbam os meus cantares.

     Hoje, a história se complica,
     Movimento e inércia se misturam.
     Mesmo assim, não permita, Deus,

     Que eu me aposente, sem que volte para lá...

domingo, 30 de junho de 2013

Um pensamento...

É o que somos: uma enorme lousa mal apagada...

A Lousa
                                      Conceição A . Giacomini Soares

                   Um pedaço de um material qualquer,
                   estendido na parede fria, a lousa.
                   Moldura de uma ex-árvore,
                   que se entregou às mãos da serra.

                   Tantas palavras aí expostas, apagadas.
                   A poluição colorida no pó das narinas;
                   absorvem sílabas dissolvidas, sem contexto,
                   no interior de um corpo físico, sem texto.

                   Um apagador viciado, insensível,
                   extirpa do pobre corpo inerte o sentido.
                   O giz, este compacto de vocábulos,
                   Ganha vida nas mãos do ser humano,

                   Seria tão fácil nos livrar dos erros,
                   transformando-os em poeiras,
que se deixam levar por uma  brisa fria.

                   Ao antigo lugar, não mais retornam.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A Fé e a Fome

Bom, pessoal, para iniciarmos o ano letivo, aqui está um poema para se pensar.

                                          Óleo sobre tela do artista plástico Adilson A.Soares


A Fé e a Fome
                                               Conceição A. Giacomini Soares

No meio deste lamaçal indefeso,
Entrego-me ao meu tudo e meu nada.
Não tenho começo ou fim,
Tenho fé no sol e fome de paz.

Creio no som do canto do sabiá,
Que invade minha janela.
Uma balada tranqüila, firme;
Ele tem me dado o motivo.

Tem movido meu mundo insano,
Para que as montanhas dos pecados,
Sejam removidas ou ignoradas,
Surgindo assim a luz e o sorriso.

Amplio meu horizonte pela margem,
Deste meu rio sem enchente;
Desta árvore sem copa,
Neste pântano sem seres.