quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Pequeno Príncipe, de autoria de Antoine de Saint- Exupéry



Um livro encantador. Hoje, eu escolhi o trecho em que o Príncipe conversa com a Raposa e assim se processa o significado da palavra "cativar". 
Diálogo entre a raposa e o pequeno príncipe

E foi então que apareceu a raposa:

- Bom dia –disse a raposa.
- Bom dia –respondeu educadamente o pequeno príncipe, que, olhando a sua volta, nada viu.
- Eu estou aqui –disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? –perguntou o principezinho. –Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa –disse a raposa.
- Vem brincar comigo –propôs ele. –Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo –disse a raposa. –Não me cativaram ainda.
- Ah ! desculpa –disse o principezinho.
Mas, após refletir, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui –disse a raposa. –Que procuras?
- Procuro os homens –disse o pequeno príncipe. –Que quer dizer “cativar”?
- Os homens –disse a raposa –têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
- Não –disse o príncipe. –Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É algo quase sempre esquecido –disse a raposa. –Significa “criar laços”...
- Criar laços?
- Exatamente –disse a raposa. –Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender –disse o pequeno príncipe. –Existe uma flora... eu creio que ela me cativou...
- É possível –disse a raposa. –Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! Não foi na Terra –disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito –suspirou a raposa.
Mas a raposa retornou o seu raciocínio.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! –disse ela.
- Eu até gostaria –disse o principezinho –, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou –disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
–Que é preciso fazer? –perguntou o pequeno príncipe.
–É preciso ser paciente –respondeu a raposa. –Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto...
No dia seguinte o príncipe voltou.
- Teria sido melhor se voltasses à mesma hora –disse a raposa. –Se tu vens, por exemplo, às quatros da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mas eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!
Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.
–Que é um “ritual”? –perguntou o principezinho.
–É uma coisa muita esquecida também –disse a raposa. –É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adotam um ritual. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu nunca teria férias!

Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua –disse o principezinho. –Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis –disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! –disse ele.
- Vou –disse a raposa.
- Então, não terás ganho nada!
- Terei, sim –disse a raposa –por causa da cor do trigo. Depois ela acrescentou:
- Se tu vens, por exemplo, às quatros da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz!
(Trecho do livro O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry)

E, para ilustrar a minha colaboração de hoje, um vídeo. Espero que gostem.


domingo, 17 de junho de 2012

sábado, 16 de junho de 2012

Um dos projetos em desenvolvimento


PROJETO – Círculo do Livro

         Professora responsável: Conceição A. Giacomini Soares
                         E.E. Prof. Eliseo Marson – Hortolândia- SP





01 - INTRODUCÃO: Incentivar a leitura num sentido bem amplo, promovendo o hábito de ler, como um entretenimento, além de toda e qualquer consequência positiva e cultural na estrutura escolar do educando.


02 - JUSTIFICATIVA: Um bom leitor se faz com bons exemplos. Por isso, é importante que ele tenha prazer na leitura, além da consciência de se assegurar muitos conhecimentos. Todas as áreas desses conhecimentos serão atendidas com o hábito da leitura. Deve-se orientar uma atividade permanente e diária de duas horas completas de boa leitura, para que o hábito seja concretizado.



03 - OBJETIVO GERAL: Promover o interesse intenso pela leitura de muitos livros, tantos os nacionais, quanto os universais. Que os alunos consigam fazer vários comentários com as leituras dos livros. E assim, deixarem de lado as atitudes negativas e derrotistas, nas quais, às vezes, eles se entregam.




04 - CONTEÚDO: Consiste em se promover as trocas dos próprios livros. Os alunos serão orientados no desenvolvimento do projeto, pois cada um se responsabilizará em adquirir um livro de aventura, romance, drama, terror, etc. Desde que haja uma história completa, para se socializar com os colegas. Depois de lido o livro participante do Círculo do Livro, deve se promover o incentivo de algum colega na leitura do mesmo. E assim por diante, fazendo-o assim circular por todos os colegas da classe. É importante que se monitorize o livro para que ele não se perca por aí.



05 - PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: Todos os livros devem ser anotados como participantes e depois devem circular nas mãos dos alunos interessados.



06 - CRONOGRAMA: Apresentação do projeto na Lousa Digital e emprestam-se alguns livros, como indicação de uma boa leitura e para se promover o exemplo. Nas aulas de Leitura e Língua Portuguesa, é necessário que se discuta o caminho pelo qual o livro tem passado.


07 - AVALIACÃO: Contínua e permanente, além de deixar como opção para se obter uma nota, a Ficha de Leitura Generalizada, pois através dela, consegue-se avaliar até que ponto o aluno tem lido ou não. Pode se considerar uma das notas do bimestre ou do semestre. A outra maneira de se avaliar é a transformação dos livros em peças teatrais para serem encenadas na escola. Enfim, uma “avaliação dinâmica, que utiliza em todos os aspectos (cognitivos, afetivos e psicomotores), diversos instrumentos e procedimentos para um melhor conhecimento e acompanhamento dos alunos”. Castro e Matos, 1997.


08- RECURSOS: A lousa digital para simples apresentação, promover a entrega  dos livros de indicação, com orientação de cuidado e valorização de todos. Espera-se que os alunos participantes consigam ler todos os livros dos colegas, somando assim, uma quantidade acima de 30 livros no ano.
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Alguns dos livros "circulando" nas mãos dos alunos participantes:







                        











































quinta-feira, 14 de junho de 2012

Autorretrato

Para iniciar o meu percurso, escrevi este poema, para me definir, antes de qualquer coisa:

Autorretrato

                        Conceição A . Giacomini Soares

            Sou sete mulheres em mim.
                Sete personagens de um ser.
                Sete vezes quis me perdoar,
                Percebi que o perdão era ilusão.

                Minha rosa interior, voz espiritual,
                Levanta bandeira, pede passagem.
                Quer me orientar, nas lições da vida,
                Porém, às vezes, endureço meu coração.

                A costureira, que une figurinos,
                Economiza paixões, entorpece tons.
                Emaranha-se nas linhas do caminho,
                Nada a faz desistir das curvas de risco.

                A amante sonhadora imagina distante,
                Representa no palco da existência.
                Um sabor de torta de maçã nos lábios,
                Uma fragrância de sândalo, debaixo dos lençóis.

                A adolescente com jeito de revolta,
                Sente-se só no mundo, que não a aceita.
                Só, na multidão de personalidades distintas.
                Dança ao som das vozes do coral italiano.

                Uma jovem amena, um futuro marcado.
                Tudo faz no alcance do sol, seu destino.
                Baila até para as estrelas, e as emociona.
                Age, atreve-se, entusiasma-se, evolui.